
Oi, muito prazer, eu sou...

Sessão Extraordinária da Câmara de Vereadores, quarta pela manhã, para eleição da Mesa Diretora para 2023. Às 10h30min o plenário começa a receber dezenas de pessoas. Espaço destinado à assistência lotado, com muitos em pé (foto). No espaço dos vereadores, os 21 presentes, fato não corriqueiro nas demais sessões. Nas conversas, identificações de políticos, líderes comunitários e familiares. No entanto, chamou a atenção o bom número dos que usavam crachás. Eram estagiários e, pelo visto, se não a primeira, foram poucas as vezes que conviviam com os demais colegas.
BOLSO
Vereador Rafael Amaral (PP) denuncia, na tribuna da Câmara, mais um atraso no pagamento dos salários dos servidores do Pronto-Socorro. Servidores realizaram protesto ao meio-dia de quinta. Amaral propôs o trancamento da pauta referente a projetos do Executivo até que o pagamento fosse feito. Recebeu apoios.
RÉPLICA
Talvez indicando seu retorno à condição de líder do governo – talvez – vereador Marcos Ferreira (sem partido) saiu em defesa da Prefeitura e atacou direto os hospitais, em especial a Santa Casa. Os ânimos ficaram exaltados.
COBRANÇA
Ferreira afirmou que não viu Rafael Amaral pedir o trancamento da pauta pelos não atendimentos da Santa Casa em várias áreas. Apontou a necessidade de discussão sobre o sistema de saúde e repasse de recursos.
PROVOCAÇÃO
Com a imagem da TV Câmara fechada em Ferreira, ele falou: “Vossa Excelência (Rafael Amaral) me respeite. Não aponte o dedo para mim. Vossa Excelência aponta o dedo para outros, não para mim”.
PROVOCAÇÃO II
Amaral não gostou da fala do presidente e retrucou, apontando-lhe o dedo indicador da mão direita. O bate-boca seguiu e o presidente Márcio Santos (PSDB) suspendeu a sessão. Na volta, Ferreira teceu elogios ao vereador do PP, ratificou discussões sobre o tema e, ao final, os dois trocaram abraços e sorrisos.
CHEGANDO
Prefeita Paula Mascarenhas (PSDB) anuncia nesta sexta pela manhã o nome do novo titular da Secretaria da Fazenda. O sucessor de Jairo Dutra já foi convidado e topou a missão. Tanto a prefeita quanto ele estão em silêncio total.
LUTO
Na tribuna da Câmara, quinta pela manhã, vereador Michel Promove (PP) fez o comunicado de um falecimento. Do Estádio General Nicolau Fico, do Grêmio Atlético Farroupilha, no Fragata. Segundo ele, a área foi vendida e as instalações demolidas para a construção de um empreendimento vertical. Como já aconteceu com os campos do Fortaleza e do Rei.
CONVERSAS
Vereadores Luciano Bertinetti (MDB) e Leandro Pipa (MDB), da Câmara de Canguçu, cumpriram agenda dias atrás em Brasília. Além de projetos de interesse do Município, tiveram conversas com deputados de vários partidos, tratando também de possíveis trocas de siglas. Possíveis.
ENTENDA

Professor Lênin Landgraf (foto) é o mais novo integrante e acadêmico titular imortal da Academia Rio-Grandina de Letras (ARL). Sua posse ocorreu no sábado, dia 3, em solenidade realizada às 15h na Biblioteca Rio-Grandense, tornando-se o mais jovem literato a ingressar nos quadros da instituição. Ocupa a Cadeira 16, cujo patrono é Edgar Braga da Fontoura. Seu padrinho na ARL é o professor João Marinônio Carneiro Lages.
ESPETO ENTREVISTA
Roberto Ramalho é Secretário Municipal de Planejamento e Gestão (Seplag) em Pelotas. Formado em Direito, ele é funcionário de carreira da Prefeitura e titular da pasta desde janeiro de 2019. Na última terça-feira, ele esteve no Espeto Entrevista e falou sobre o trabalho realizado, as obras que virão e muito mais. Confira trechos da conversa:
O que é e o que faz a Secretaria de Planejamento e Gestão?
Na realidade, ela é uma sequência da Unidade de Gerenciamento de Projetos, a UGP. Ela foi criada lá no ano de 2005 por uma exigência do Banco Mundial, quando daquele financiamento que foi feito no governo Fetter (PP), o banco exigia das prefeituras e dos governos que por ventura fossem pegar algum empréstimo que ele tivesse uma Unidade de Gerenciamento de Projetos. Ela tinha que ter funcionários especializados e foi montada com engenheiros, arquitetos, biólogos, advogados, economistas, contadores… O objetivo da antiga UGP e atual Seplag, sua finalidade dentro do governo, é buscar recursos. Fizemos um projeto de alguma via, escola, posto de saúde, de qualquer obra de infraestrutura dentro da cidade. Buscamos o recurso, aí a gente faz o processo licitatório, começa o acompanhamento da obra e depois presta contas. Foi uma exigência e um case de sucesso, porque o contrato com o Banco Mundial já acabou há quase dez anos e se manteve essa estrutura. Com essa estrutura que a gente consegue buscar esses recursos para fazer as grandes obras de infraestrutura.
Como são elaboradas as estratégias?
O trabalho todo começa ainda no plano de governo. A prefeita Paula Mascarenhas (PSDB) fez um seminário e dividiu em vários setores, um deles a infraestrutura municipal. Qualquer pessoa poderia participar e é onde foram elencadas as prioridades para esse governo. É claro que a cidade está em movimento, então as demandas vão surgindo à medida em que a cidade está crescendo. Há todo um estudo de outras secretarias com a nossa, a gente ouve os vereadores, a comunidade em geral e a partir daí se determinam as prioridades e quem vai executar, porque outras secretarias também têm equipes técnicas. Mas claro, os projetos maiores são dentro da Seplag porque lá é a secretaria para fazer isso.
E essa questão de pensar a cidade e executar os projetos. O desenvolvimento de Pelotas determina ações específicas para bairros, setorizadas, por áreas?
É bem assim. Por exemplo, no primeiro mandato da prefeita Paula foi feito o plano de Mobilidade Urbana. Porque para acessar os recursos com o governo federal, que até então era o nosso maior financiador, isso ali na frente vai ser uma obrigatoriedade. Portanto, foi feito. Aí a gente vai ver as áreas que são mais carentes dando prioridades para essas áreas, e áreas mais sensíveis também. Por exemplo, o transporte público sempre vai ser pensado em primeiro lugar ao pavimentar esse tipo de via. Pelotas, entre ruas não pavimentadas, incluindo ruas de paralelepípedo e ruas de pedra irregular, tem quase 400 quilômetros não pavimentados. Houve uma defasagem muito grande ao longo dos anos. Em contrapartida, o número de veículos aumentou assustadoramente. Hoje são mais de 200 mil. Então, algumas ruas é impensável pensar que, por exemplo, a Barroso e a Marcílio Dias não eram pavimentadas. A JK com um lado pavimentado e outro não, do Big até a Tiradentes. Então, tudo isso teve que se recuperar e fazer um grande investimento. E, mesmo assim, a gente está correndo sempre atrás da máquina. Agora, por exemplo, com essa obra da Estrada do Engenho, vamos retornar a cidade para a beira do Canal São Gonçalo, que foi onde a cidade nasceu.
É ousado pensar uma estrada junto ao Canal São Gonçalo até a praia, passando pela Barra?
A nossa obra da Estrada do Engenho, no Passo dos Negros, vai terminar em frente ao portão da Chácara da Brigada. Por isso, o trecho do Arroio Pelotas para o Centro vai estar pronto. Metade vai estar pronto. A outra metade não e a ponte não. É ousado? É. O grande problema são recursos e questões ambientais. Mas não tiro do radar do sonho de todo pelotense se fazer uma obra como essa. É ousado, mas está longe de ser impossível.
Para onde a cidade está crescendo, onde tende a crescer e onde já está esgotado?
A cidade está crescendo muito para o Laranjal. Hoje é quase completo. Mas Pelotas é um município muito espalhado. Temos enormes distâncias. Pensa em ir do fim do Fragata, lá no CTG, até o Balneário dos Prazeres: dá mais de 20 quilômetros. E vão ter muitos vazios urbanos. Agora vamos fazer essa abertura em direção ao Canal São Gonçalo. Nós estamos dando a infraestrutura: na nossa cola vem agora o investimento. Imobiliário, turístico. A gente senta e discute. Hoje, o crescimento está se dando muito para o Laranjal e o esgotamento está na zona do Centro, principalmente na zona da Balsa e Fragata, aí tu quase não acha vazios urbanos. Agora, Três Vendas e Laranjal têm muito a crescer. E a Estrada do Engenho tende a dar um boom de crescimento.
E os loteamentos, parques e condomínios que a cidade vem ganhando. Há questionamentos sobre as contrapartidas. Como funciona isso?
O empreendedor apresenta junto à Secretaria de Mobilidade Urbana seu projeto. Ele passa também pelo Sanep, pela Secretaria de Trânsito… É analisado o impacto naquela região e então existe uma contrapartida, a chamada medida mitigatória. Existe um Conselho que discute o quanto em valor aquele empreendimento vai impactar e o que tem que ser feito, e os empreendedores acabam fazendo, mas às vezes parece ser insuficiente. Alguns vereadores acham que isso é insuficiente. É uma questão bem delicada.
Qual é o tempo médio, em termos de formulação de projetos a partir da ideia e a concretização da busca de recursos?
Estrada do Engenho, que é uma estrada de chão, não tem drenagem nem nada, vamos ter que alargar, ver se o solo é bom, estudar… esse projeto, agora virou obra, entre se pensar e virar obra demorou um ano. Com toda a responsabilidade. E não foi uma grande demora pela complexidade que se tinha, por se tratar de um dique. Um projeto complexo leva um ano. Coisas mais simples, dois ou três meses estamos em obra.
Emendas Parlamentares são o grande socorro orçamentário dos municípios?
Elas são algo que realmente faz as cidades andarem em termos de infraestrutura. Isso foi outro case de muito sucesso no primeiro mandato da prefeita Paula e vem sendo nesse também. Tínhamos R$ 500 mil por ano, R$ 1 milhão no máximo por ano, e agora tivemos, em média, mais de R$ 10 milhões por ano de emendas parlamentares. Aí tu imagina o que dá para fazer, o que foi feito com elas.
A exigência regional se concentra cada vez mais nos grandes centros… Pelotas está se preparando para dez, 15 anos de crescimento?
Pelotas é uma cidade polo. Divide isso com Rio Grande, mas acho que Pelotas movimenta mais. Então, tem que se pensar também na densidade demográfica que Pelotas tem. Com a grande obra do Pronto Socorro, a Estrada do Engenho, a obra do Contorno, a duplicação Pelotas-Porto Alegre, esses voos regulares… A cidade está investindo muito em infraestrutura ao longo dos anos. Houve uma externação econômica da metade sul, mas agora começou a alavancar. As pessoas que passaram anos sem vir a Pelotas notam a diferença.
Carregando matéria
Conteúdo exclusivo!
Somente assinantes podem visualizar este conteúdo
clique aqui para verificar os planos disponíveis
Já sou assinante
Deixe seu comentário